Nos anos 1930 surgiram os primeiros movimentos guerrilheiros pela independência da então Rodésia do Sul, que desde 1895 era colônia do Reino Unido e, em 1924, tornara-se seu protetorado.
Em 1953 o Reino Unido reuniu suas colônias da Rodésia do Sul, Rodésia do Norte e Niassalândia na Federação da Rodésia e Niassalândia — ou Federação Centro-Africana —, esperando assim neutralizar os crescentes movimentos contra a dominação britânica. A iniciativa, porém, teve efeito contrário ao esperado, e a luta colonial acabou se intensificando. Em 1963, a Niassalândia tornou-se independente, dando origem ao Malawi, e no ano seguinte foi a vez da Rodésia do Norte, que se tornou a Zâmbia.
Já o caminho para a independência da Rodésia do Sul foi mais longo, tortuoso e sangrento. Em 11 de novembro de 1965, o primeiro-ministro local Ian Smith, indicado por Londres e representante da minoria branca, declarou unilateralmente a independência, promulgou uma nova Constituição — pela qual o país adotava o nome de República da Rodésia — e instalou um regime racista que passou a oprimir a maioria negra. Tentando se legitimar no poder, Smith convocou um referendo (no qual só os brancos podiam votar), que aprovou a proclamação da independência e a adoção da forma republicana de governo, que excluía a maioria negra. O referendo, porém, não foi reconhecido nem mesmo pelo Reino Unido e muito menos pela ONU, que decretou o bloqueio econômico do país.
A independência do vizinho Moçambique, em 1975, impulsionou a luta da maioria negra e dos movimentos guerrilheiros, deflagrando um longo e sangrento conflito. Simultaneamente, o governo racista da Rodésia interveio na guerra civil moçambicana, ao abrigar e apoiar guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) contra a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que governava o país após liderar o processo de independência.
Em 1979, acordou-se uma trégua, pelo Acordo de Lancaster House, que determinou a realização de eleições com a participação da maioria negra da população. Um ano depois, foi eleito primeiro-ministro o bispo moderado negro Abel Muzorewa, que batizou o país com o nome de Zimbábue-Rodésia. Muzorewa negociou uma transição pela qual um governador britânico ficaria no cargo até as eleições de 1980 (que elegeu Robert Mugabe presidente). Só então, o Reino Unido e a ONU reconheceram finalmente a independência do Zimbábue.