A ocupação militar do reino do Burundi pela Alemanha em 1890 foi facilitada pelas rivalidades político-tribais no país, habitado pelos povos hutus e tútsis. Esses conflitos enfraqueceram a monarquia, que era constituída pela etnia minoritária, os tútsis.
Entre o final do século 19 e a Primeira Guerra Mundial, o Burundi fez parte da África Oriental Alemã, que compreendia também o atual território de Ruanda. Com a derrota dos alemães na Europa, Burundi e Ruanda, já separados, ficaram sob a tutela da Liga das Nações, passando para a administração da Bélgica em 1919.
A luta pela independência do Burundi após a Segunda Guerra foi complexa, devido, em especial, ao grande número de partidos políticos — havia 23 deles em junho de 1961. Nesse contexto, o movimento nacionalista mais importante era o Partido da Unidade e do Progresso Nacional (Uprona). Criado em 1957, no ano seguinte o partido já era liderado pelo príncipe tútsi Louis Rwagasore, responsável por uma solicitação de independência imediata do país em 1959. A administração colonial belga o acusou de ser comunista, e os colonizadores passaram a favorecer o projeto moderado de transição à independência representado pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
A situação se reverteu após a criação de comunas provisórias e as eleições de 1961, quando o Uprona conquistou a maioria dos cargos. Formou-se então um governo sob a liderança de Rwagasore, contrariando os líderes do PDC, que o mandaram matar .
Sob clima de tensão, a independência foi enfim negociada com a Bélgica. O Burundi tornou-se uma Monarquia constitucional liderada pelo rei Mwambutsa 4º (pai do príncipe assassinado), em 1º de julho de 1962. Em 1966 a Monarquia foi derrubada, e o país se converteu na República do Burundi.