A independência de Gana, conquistada em 1957, serviu como referência para as outras colônias britânicas da África ocidental. Com a Nigéria não foi diferente, embora sua diversidade cultural e o fato de diferentes nações habitarem o seu território dificultassem a efetivação de sua autonomia política.
No norte — representado pelo Congresso Popular do Norte (CPN) —, os britânicos toleravam a existência de um sultanato do povo hauçá, de maioria muçulmana. No sudeste, o Conselho Nacional da Nigéria e dos Camarões (CNNC), sob a liderança de Nnamdi Azikiwe, priorizava os interesses dos ibos, povo cristão. No sudoeste, os iorubás eram representados pelo grupo de ação liderado por Obafemi Awolowo.
Com o acirramento dos conflitos armados internos, o Reino Unido transformou a Nigéria numa federação de três estados, em 1957. Nela, os povos das regiões norte, sudeste e sudoeste do país passaram a cuidar da administração local visando concretizar a autonomia assim que possível. Mas as dificuldades para formar um governo central permaneciam, pois nenhum partido conseguia compor uma maioria. Até que, em 1960, o CNNC e o CPN formaram uma coligação que, em estreita colaboração com o governo britânico, declarou a independência da Nigéria em 1º de outubro.