A Tanzânia, colônia da Alemanha desde a Conferência de Berlim (1884-1885), tornou-se território sob tutela do Reino Unido ao fim da Primeira Guerra Mundial. Depois da Segunda Guerra, os movimentos anticoloniais ganharam força no país com atos contra o confisco de terras e a substituição dos chefes tradicionais africanos por administradores britânicos.
Pressionado pela efervescência política na região, o Reino Unido ainda tentou em 1948 implantar um projeto de federação reunindo suas colônias de Tanganica, Quênia e Uganda, porém a oposição ao projeto não tardou a se manifestar, especialmente na Uganda e no Quênia. Em Tanganica, onde parte dos líderes políticos viam com simpatia a ideia, os canais de participação eram, no entanto, muito limitados — até 1956, seu Conselho Legislativo era totalmente indicado pelo Reino Unido. E assim os africanos continuavam excluídos do Conselho Executivo do território.
Com a pressão dos movimentos independentistas reunidos, a partir de 1954, na União Nacional Africana de Tanganica (Tanu), os britânicos se viram forçados a promover votações com sufrágio universal. Na eleição de 1959, Julius Nyerere, um dos fundadores do Tanu, obteve forte votação ao defender a independência por meios não violentos. A partir desse momento, o Tanu se tornou o principal interlocutor político do Reino Unido em Tanganica. Um calendário de transição para a autonomia foi negociado, e em 9 de dezembro de 1961 Tanganica proclamou sua independência.
Em 1964, a população da histórica ilha de Zanzibar depôs o sultão árabe Sayyid Jamshid bin Abdullah, que tinha apoio dos britânicos, e se uniu a Tanganica, dando origem a um novo país, a República Unida da Tanzânia.