A ocupação francesa do Gabão teve início em 1849, com a fundação da cidade de Libreville. Mas foi com a exploração de madeira nas primeiras décadas do século 20 que a administração colonial se fixou de vez na região. Diante dos altos impostos e do recrutamento para o trabalho forçado durante as Guerras Mundiais, houve resistência ao domínio francês, por parte tanto de movimentos messiânicos como das elites nacionalistas do Gabão.
No entanto, a exemplo do que aconteceu em outros países da África Ocidental Francesa (AOF) e da África Equatorial Francesa (AEF), o Gabão viveu uma transição política gradual e negociada para a independência. Com as possibilidades abertas pela Constituição francesa de 1946, foram criados partidos políticos favoráveis à autonomia.
Léon M’Ba fundou o Movimento Misto Franco-Gabonês, seção local da Assembleia Democrática Africana (RDA), que seria rebatizada de Bloco Democrático Gabonês (BDG) nos anos 1950. Em oposição ao grupo liderado por M’Ba e em defesa da criação de uma federação dos países da AEF, Jean-Hilaire Aubaume fundou a União Democrática e Social Gabonesa (UDSG) em 1948.
Quando o presidente francês Charles de Gaulle criou uma comunidade franco-africana de repúblicas, no final da década de 1950, Léon M’Ba intensificou sua militância nacionalista contrária à divisão das riquezas minerais do Gabão entre os países de uma possível federação. A UDSG recusou-se a formar um governo de transição em 1958, e M’Ba negociou sozinho a independência com a França. A República Gabonesa foi declarada em 17 de agosto de 1960.