No início do século 20, a Líbia fazia parte do Império Turco-Otomano, mas a crise política iniciada em Constantinopla com a Revolução dos Jovens Turcos, em 1908, abriu espaço para que o território líbio fosse anexado pela Itália em 1911. Houve resistências: a Ordem Sanusi — movimento político-religioso fundado em 1843 e que se opunha também à presença otomana — intensificou as ações contrárias ao domínio estrangeiro não muçulmano.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os sanusis lutaram ao lado dos Aliados contra as tropas italianas do Eixo. Com o fim do conflito, a Líbia foi ocupada por forças aliadas: as províncias de Tripolitânia e Cirenaica, no norte, ficaram sob a administração britânica, enquanto a França ocupou Fezã, no sudoeste. A situação política do país, no entanto, permaneceu indefinida.
Em 1948, a ONU passou a discutir o futuro do território, enquanto, na Cirenaica, o emir Seyyid Idriso declarou unilateralmente a independência de sua província. A situação só se resolveu em novembro de 1949, quando a Assembleia Geral da ONU decidiu que a Líbia teria até janeiro de 1952 para se tornar um Estado soberano. Em 1950, Muhammad Idris, rei da dinastia dos sanusis e apoiado pelos ocidentais, foi escolhido governante da Líbia. Unificado, o país tornou-se independente em 24 de dezembro de 1951 como Reino da Líbia, do qual Idris foi o primeiro monarca.