Entre as duas Guerras Mundiais, a Somália foi dividida em territórios dominados por três potências coloniais: a Itália, a França e o Reino Unido. Apoiados numa identidade cultural relativamente uniforme, reforçada pela adesão ao islamismo, os somalis opuseram forte resistência a essa dominação. Algumas decisões dos colonizadores, como a nomeação de chefes locais pelos britânicos, contrariavam as instituições autônomas próprias da vida nômade da maioria dos somalis.
Inúmeros movimentos de resistência, tanto por parte das elites como dos estratos populares, marcaram a região antes da Segunda Guerra Mundial. Mesmo após a derrota italiana no conflito e a unificação temporária do território somali sob administração inglesa, os países europeus não se mostraram dispostos a reconhecer sua autonomia — ao contrário, tentaram preservar a dominação colonial. No caso da Itália, a ONU havia fixado um prazo de dez anos para a transferência do poder aos somalis, mas a autonomia era sempre adiada. O mesmo se deu no território sob dominação britânica.
A independência da República Federal da Somália aconteceria somente em julho de 1960, quando a Liga Nacional Somali e o Partido Somali Unificado formaram uma frente política comum que garantiu a autonomia frente à Itália e à Inglaterra. Restava, ainda, a questão da Somália francesa, que só conquistaria a independência em 1977, adotando o nome de Djibuti.