Os países do norte da África sob domínio francês viveram uma época de reforma política e acirramento do controle colonial após 1945. No caso específico da Tunísia, os administradores coloniais buscavam desqualificar as críticas ao domínio francês alegando que o território era um protetorado administrado pelo bei (governante) de Túnis.
Em 1947, a partir da fundação da Frente Nacional Tunisiana, greves e manifestações contra o colonizador se espalharam por todo o país. Em 1949, sob a liderança de Habib Bourguiba, o partido constitucionalista Neo-Destour adotou uma estratégia moderada de luta pela independência. No ano seguinte, diante do crescimento do movimento, a França aceitou negociar a formação de um governo composto por ministros franceses e tunisianos.
A experiência, no entanto, durou pouco. Os nacionalistas desejavam a independência completa do país, enquanto os colonos europeus, franceses em sua maioria, não queriam dividir o poder com os tunisianos. Em 1952, o governo francês interrompeu as negociações e prendeu os líderes nacionalistas. Em resposta, os camponeses tunisianos organizaram grupos armados e passaram a desfechar ataques contra os europeus. Já derrotada na Indochina em 1954, a França sentiu que precisava ceder. Abriu novas negociações com Habib Bourguiba e, em 1955, transferiu a administração interna do país para os tunisianos, mantendo no entanto o controle sobre a moeda, a política externa e a segurança.
Dentro do Neo-Destour, Bourguiba sofria a oposição de um grupo radical liderado por Salah ben Yusuf, que apostava na luta armada para conquistar a plena independência do país. Essa situação mudou após a independência do Marrocos e a intensificação da Guerra da Argélia, quando a França se viu obrigada a reconhecer a soberania tunisiana, em 20 de março de 1956. Em 27 de julho de 1957, é proclamada a República Tunisiana, sendo Bourguiba o primeiro presidente.