Nos anos posteriores à Segunda Guerra, a colônia britânica de Uganda estava dividida: o Norte, menos desenvolvido, rivalizava com o Sul, região sob domínio indireto do Reino Unido, que apoiava o reino banto de Buganda. Essa situação dificultava a negociação da autonomia, principalmente porque os bagandas, liderados por seu kabaka (rei) Frederick Mutesa 2º, exerciam uma espécie de imperialismo interno sobre outros povos do território. O reino de Bukoba, por exemplo, queria a independência imediata do país, mas sofria oposição dos britânicos apoiados pelos bagandas.
A partir de 1950, a administração colonial aumentou o número de representantes africanos nos conselhos ugandenses, mas Mutesa 2º resistiu a essas e outras mudanças, como a iniciativa britânica de formar uma federação da África Oriental na região. Com o apoio do parlamento de Buganda, o kabaka exigiu o reconhecimento da independência de seu reino e, por isso, foi mandado para o exílio em Londres, em 1953. Essa ordem, no entanto, teve efeito contrário: levantes em favor do rei se espalharam pela região sul de Uganda. Os britânicos não tiveram outra opção senão negociar a formação de uma monarquia constitucional e permitir o retorno de Mutesa 2º a Uganda, em 1955.
O estatuto de Uganda permaneceria indefinido até 1961, quando Mutesa 2º cedeu e o partido nacionalista dos não gandas, União dos Povos de Uganda (UPU), uniu-se ao partido dos gandas, o Congresso Nacional dos Gandas (UNC), para formar o Congresso do Povo de Uganda, sob a liderança de Milton Obote. A independência do país foi logo negociada com o Reino Unido, e sua declaração oficial ocorreu no dia 9 de outubro de 1962.