Sob o domínio da França desde o século 17, em 1958 o Senegal, como outros países da África Ocidental, recusou a independência imediata, no referendo proposto pelo governo francês após a Guerra da Argélia. O país tornou-se então um Estado-membro da Comunidade Francesa, com autonomia limitada e dependente da França em assuntos políticos, diplomáticos e militares.
Na época, o poeta Léopold Sédar Senghor — um dos principais expoentes do movimento Négritude e fundador do Partido do Reagrupamento Africano no Senegal, pró-independência — afirmou que a participação na Comunidade era uma etapa de preparação para a completa independência dos países da África Ocidental. Mas Senghor não era o único líder político senegalês: intelectuais como Cheikh Anta Diop e Abdoulaye Ly também discutiam as formas de negociar a autonomia do país no pós-guerra, ainda que discordassem na definição das táticas.
Insatisfeitos com a configuração da Comunidade Francesa criada em 1958, membros das elites políticas do Alto Volta, Senegal, Daomé e Sudão Francês criaram, no mesmo ano, a Federação do Mali. Em 1959, solicitaram, em conjunto, a independência ao governo francês. A autonomia política da região seria finalmente reconhecida pelo presidente De Gaulle, da França, mas a Federação logo foi dissolvida. O Senegal tornou-se um Estado independente sob a presidência de Senghor, com apoio francês, em agosto de 1960.