O Níger fez parte do Império Songai até 1896, quando a França ocupou a região como parte da estratégia de unificar seus domínios nas Áfricas do Norte, Ocidental e Equatorial. Os povos zarma-songais e tuaregues opuseram resistência ao colonialismo entre 1910 e 1930, mas a forte repressão francesa conseguiu sufocar esses movimentos.
Só a partir do fim da Segunda Guerra é que as elites políticas do Níger, em muitos casos ligadas a organizações francesas de esquerda, passaram a atuar contra a dominação. O Partido Popular do Níger (PPN) foi fundado em 1946 como uma seção da frente política interterritorial Assembleia Democrática Africana (RDA). Sob a liderança de Boubou Hama, o PPN-RDA adotou uma posição reformista, e seus militantes se mostraram dispostos a negociar uma autonomia gradual para o país. Com a pressão sobre o sistema colonial francês na década de 1950, as mudanças começaram a ocorrer.
Em 1956, as “leis-quadros” possibilitaram a criação de assembleias locais no Níger. Em 1958, no referendo promovido por Charles de Gaulle, os nigerinos votaram contra a independência imediata, optando por constituir uma República no seio da Comunidade Francesa. O governo de transição, criado naquele ano e liderado por Hamani Diori, reprimiu violentamente seus opositores, como Djibo Bakari e seu partido Sawaba.
A unidade nacional do Níger passou a sofrer ameaças dos movimentos reivindicatórios dos tuaregues, mas, sob forte repressão interna, Diori negociou, em conjunto com o Togo e o Benim, a autonomia frente ao governo francês. A independência da República do Níger foi declarada em 3 de agosto de 1960, e Diori se tornou seu primeiro presidente.