A vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial trouxe, para parte dos africanos que viviam sob o domínio colonial britânico, alívio e esperança. Alívio, pela derrota do nazifascismo, doutrina racista e contrária à autonomia dos povos do continente; e esperança, porque a Carta do Atlântico, assinada em 1941 pelo Reino Unido e pelos EUA, reconhecia o direito de autodeterminação dos povos. Ainda em 1943, George Edward Moore, membro do Conselho Legislativo da Costa do Ouro, declarou que o direito de escolher o regime político sob o qual viver era aplicável também aos africanos.
Parecia estar aberto o caminho para a independência da colônia, mas essa esperança não durou muito tempo. As reformas introduzidas pelos britânicos no pós-guerra não satisfizeram as aspirações nem mesmo das elites locais. Os nacionalistas, animados pela realização do Congresso Pan-Africano de 1945, alimentavam o sentimento anticolonialista.
Três partidos políticos independentistas foram fundados na Costa do Ouro nos anos 1940, sendo o principal deles criado por Kwame Nkrumah em 1949, chamado de Convenção do Partido Popular. Em 1948, uma revolta anticolonialista no sul do país deixou dezenas de mortos e centenas de feridos. Pressionado, o Reino Unido elaborou uma proposta de independência gradual, aceita por todos os líderes nacionalistas exceto Nkrumah, cujo partido passou então a defender a independência imediata do país e a promover atos de desobediência civil.
Após a prisão de Nkrumah pelos britânicos, em 1951, membros da Convenção do Partido Popular foram eleitos para 34 das 38 cadeiras da Assembleia Legislativa ganense. Diante dessa derrota, o Ministério das Colônias do Reino Unido teve que ceder, e o novo governador britânico enviado para a Costa do Ouro negociou com Nkrumah a formação de um governo de transição. Em 6 de março de 1957, já com o nome de Gana, a antiga colônia britânica foi o primeiro país da África Ocidental a conquistar a autonomia. Três anos depois, tornou-se a República de Gana.