No final do século 19, a descoberta de grandes reservas minerais no Sudeste Africano, a meio caminho entre Angola e Moçambique, despertou o interesse de duas nações: Portugal e Grã-Bretanha. Portugal já havia feito as primeiras incursões naqueles territórios, com a pretensão de uni-los às suas colônias e dominar aquela parte do continente, unindo o Oceano Atlântico ao Índico. Mas a ambição do poderoso Reino Unido obrigou Portugal a recuar, e, em 1895, nascia a Rodésia — em homenagem ao explorador inglês Cecil Rhodes —, depois dividida em Rodésia do Sul e Rodésia do Norte. Em 1924, ambas se tornariam protetorados do Reino Unido.
A luta pela independência da Zâmbia unificou-se em 1949, com a criação do Congresso Nacional Africano-Zâmbia (CNA), replicando a organização similar de outros países africanos. Seus principais dirigentes eram Kenneth Kaunda, Simon Mwansa Kapwepwe e Munukayumbwa Sipalo. A organização foi declarada ilegal, e seus principais líderes, condenados a trabalhos forçados.
Em 1953, buscando maior controle sobre os movimentos anticoloniais da maioria negra, o governo inglês criou a Federação da Rodésia e da Niassalândia, reunindo as duas Rodésias e a colônia contígua da Niassalândia, também controlada pelo Reino Unido. Como consequência, intensificaram-se as lutas pela independência, em sintonia com o impulso nacionalista que varria o continente. A Niassalândia obteria sua autonomia em 1963, dando origem ao Malawi, e a Rodésia do Norte, no ano seguinte, tornar-se-ia um país independente com o nome de Zâmbia.
Em 1959, uma dissidência do CNA deu origem ao Partido Unido pela Independência Nacional (Unip), presidido por Kaunda. Em 1961 ele comandou uma campanha de desobediência civil que bloqueou estradas e atacou pontes e alvos governamentais. Alguns cidadãos ingleses chegaram a ser mortos nesta campanha. Com a tensão em seu estado máximo, o Reino Unido aceitou negociar a independência da então Rodésia do Norte. Em outubro de 1964, Kaunda foi eleito presidente do novo país, a República da Zâmbia.