A Costa do Marfim surgiu em 1932 após a divisão do Alto Volta (futuro Burkina Faso), território sob domínio francês. Sua autonomia ocorreu após a Segunda Guerra, de forma gradual e em estreita colaboração com o governo francês, num processo liderado pelo Sindicato de Plantadores Africanos da Costa do Marfim.
Criado em 1944 e posteriormente filiado à frente Assembleia Democrática Africana (RDA), o sindicato teve, como principal liderança, Félix Houphouët-Boigny, que, nos anos 1940 e 1950, contava com a simpatia do Ministério do Ultramar francês, pois buscava unir os valores tradicionais africanos ao republicanismo do país europeu.
A Costa do Marfim se distinguia no contexto da África Ocidental Francesa por possuir um atuante movimento sindical e estudantil, além de um movimento milenarista contra a dominação francesa liderado por William Wadé Harris. Mas foi Houphouët-Boigny quem se destacou na negociação da independência, especialmente após afirmar, após os levantes de 1947 em Abenguru, sua posição contrária ao confronto armado.
Após 1951, Houphouët-Boigny tornou-se presidente da RDA e começou a desviá-la para a direita política: negociou a autonomia gradual da Costa do Marfim; opôs-se à independência imediata, num plebiscito organizado por De Gaulle em 1958. Nesse mesmo ano, Houphouët-Boigny formou, com os líderes de outros países da África Ocidental Francesa, a Federação do Mali. A independência completa da República da Costa do Marfim, organizada de comum acordo com a França, ocorreu em 7 de agosto de 1960.