O território colonial do Alto Volta, submetido à França, foi criado em 1919 e dividido em Sudão, Níger, Costa do Marfim e Alto Volta em 1932. Ainda nas primeiras décadas do século XX, seus habitantes resistiram ao colonialismo principalmente por meio da emigração em massa. Na mesma época, movimentos religiosos tradicionais também se opuseram à burocracia colonial e às tentativas de assimilação. No entanto, foi apenas no fim da Segunda Guerra Mundial que a primeira organização nacionalista do Alto Volta, a União Voltaica (UV), foi criada. Também se instalou no oeste do país a Assembleia Democrática Africana (RDA), organização favorável à autonomia dos países da África Ocidental Francesa, apoiada pelos comunistas. Como ficou claro no levante organizado pela UV em 1948, a organização se opunha aos chefes tradicionais africanos e buscava atuar em dimensões nacionais. Mas as divergências entre os membros da UV sobre as estratégias para alcançar a independência (se graduais ou imediatas) deram origem a dissidências. Apenas em 1956, com a fundação da União Democrática Voltaica (UDV) ligada à RDA, houve um consenso mínimo que possibilitou barganhar a autonomia com o governo francês. O principal líder da UDV, Maurice Yaméogo, formou em 1958 um governo de transição em colaboração com a França, que, atolada numa feroz guerra na Argélia, começava a se mostrar disposta a ceder à independência das suas colônias. Yaméogo liderou um governo arbitrário, fechando agremiações de oposição como o Partido Nacional Voltaico e assinando decretos que limitavam a liberdade de expressão. A República do Alto Volta (hoje, Burkina Faso) foi declarada independente por Yaméogo em 1960.