Com o fim da Segunda Guerra, a Constituição francesa de 1946 aboliu o trabalho forçado e suprimiu a autoridade judicial dos chefes costumeiros locais na África Ocidental. Essas modificações foram consideradas tímidas pelos líderes africanos, que fundaram no mesmo ano uma frente política interterritorial apoiada pelo Partido Comunista Francês: a Assembleia Democrática Africana (RDA). A frente, apesar das diferenças políticas entre seus membros — alguns defendiam uma autonomia gradual, e outros, imediata —, conseguiu pressionar o governo francês a reconhecer os direitos políticos dos habitantes das colônias.
A situação nos países africanos sob o domínio francês modificou-se entre 1953 e 1955, quando uma série de manifestações nacionalistas se espalhou pela região. Em resposta, o governo francês, com apoio de parte significativa da RDA, aprovou as “leis-quadros”, que por sua vez criaram assembleias africanas eleitas diretamente e responsáveis pela administração política e financeira local. Mas a nova legislação atraiu críticas de líderes africanos, como Sekou Touré, representante da Guiné. Dirigente do Partido Democrático da Guiné, favorável à independência, Touré defendia um nacionalismo continental africano. Chegou a afirmar a De Gaulle que os guineenses preferiam a liberdade na pobreza à riqueza na servidão.
Em 1958, a crise política na França, causada pelo acirramento da guerra anticolonial argelina, forçou De Gaulle a promover referendos nas colônias africanas sobre a questão da autonomia política. Nas votações, realizadas em setembro, a Guiné foi o único país em que a opção independentista saiu vitoriosa. Assim, em 2 de outubro de 1958 era criada a República da Guiné, cujo primeiro presidente foi Sékou Touré.