África Camarões 1960
Dag Hammarskjöld (centro), secretário-geral da ONU, é recebido em Camarões pelo presidente do país, Ahmadou Ahidjo (direta), e pelo ministro de Estado Njoya Arouna (esquerda) para a solenidade de independência do país, em janeiro de 1960 Crédito: Pendente

Camarões passou à tutela do Reino Unido e da França após a derrota da Alemanha, sua colonizadora desde 1883, na Primeira Guerra Mundial. Essa tutela se manteria até o fim da Segunda Guerra Mundial, apesar das rebeliões anticoloniais das décadas de 1930.

Em 1948, lideranças políticas do país manifestaram-se contrárias ao status de território associado à União Francesa e reivindicaram a aplicação do artigo 76 da Carta das Nações Unidas, que determinava a independência dos territórios sob tutela. No mesmo ano, o líder sindicalista Ruben Um Nyobé ajudou a fundar o partido pró-independência União das Populações de Camarões (UPC). Em 1951, porém, a UPC aderiu à política de colaboração com a França proposta pela Assembleia Democrática Africana, órgão que congregava os movimentos independentistas na África sob domínio francês. Essa atitude enfraqueceu o partido, que já sofria oposição dos muçulmanos do norte e dos católicos da região de Iaundé.

Em maio de 1955, uma série de levantes populares contra a presença francesa tomou conta do país. O comissário francês em Camarões viu nessas rebeliões um prenúncio de guerrilhas e proibiu qualquer atividade política, além de declarar a UPC ilegal. Ainda assim, as ações armadas prosseguiram e atingiram seu auge pouco antes do assassinato de Um Nyobé, em 1958. Diante da disseminação da violência, uma missão especial da ONU foi enviada ao país e marcou para 1º de janeiro de 1960 a independência do território, cuja cerimônia ainda ocorreria sob forte tensão.