Madagascar tornou-se uma colônia francesa em 1896, após quase um século de negociações e conflitos entre os soberanos malgaxes e os governos da França e do Reino Unido. O caminho para a retomada de sua independência começaria a se desenhar logo depois da Segunda Guerra Mundial, quando as reformas introduzidas pela Constituição de 1946 nos territórios sob domínio francês possibilitaram a fundação dos primeiros partidos políticos: o Movimento Democrático de Renovação Malgaxe (MDRM), nacionalista e favorável à independência imediata, e o Partido dos Deserdados de Madagascar (Padesm), apoiado de forma tácita pelos colonizadores por defender apenas uma relativa autonomia da ilha dentro da União Francesa.
Os conflitos entre os dois partidos foram constantes até a revolta de 1947, quando os nacionalistas malgaxes questionaram frontalmente a presença francesa. A rebelião se espalhou pelo país e só foi inteiramente sufocada em novembro de 1948. Seguiu-se um período de intensa repressão, com a dissolução do MDRM, a prisão de seus militantes e a proibição do funcionamento de partidos.
A situação se modificou apenas em 1956, quando as “leis-quadros” francesas permitiram estabelecer assembleias locais. Foi criado então o Partido Social-Democrático (PSD), por Philibert Tsiranana e André Resampa, que defendia o fim da lei de anexação. Entretanto, no referendo de 1958, promovido por De Gaulle, os habitantes de Madagascar optaram pela autonomia relativa dentro da Comunidade Francesa.
Nos anos seguintes, o PSD ganhou força e elegeu Tsiranana para a Presidência. O líder do PSD negociou com a França a independência absoluta, e a República de Madagascar foi declarada em 26 de junho de 1960.