O Marrocos, localizado na região do Magrebe (noroeste da África), foi uma das colônias africanas mais importantes da França. Embora o governo francês tenha realizado reformas liberalizantes após a Segunda Guerra, na prática a maior parte do território permaneceu sob o rígido controle colonial, com o apoio dos chefes berberes locais que se opunham ao poder do sultão Mohammed ben Youssef.
Com o tempo, o próprio sultão passou a centralizar o movimento nacionalista, tornando-se um herói após o discurso proferido a autoridades francesas na cidade de Tânger, em abril de 1947, quando afirmou ser fiel ao Islã e que o Marrocos pertencia ao mundo árabe. Entre 1947 e 1952, ocorreram greves gerais, campanhas de boicote aos produtos franceses, grandes manifestações em favor da autonomia do país e a fundação de dois partidos: o nacionalista Istiklal e o esquerdista Crescente Negro.
Temendo a influência de Ben Youssef, o governo francês resolveu apoiar o paxá de Marrakech, Thamï al-Glawï, e alguns líderes berberes que se mobilizaram para destronar o sultão, em agosto de 1953. Com a deportação de Mohammed ben Youssef, os marroquinos intensificaram a resistência ao domínio francês e seus aliados berberes. A violência se generalizou em 1955, com revoltas armadas no campo, e até mesmo parte da população berbere passou a apoiar o retorno do sultão.
A França viu-se então obrigada a negociar com o líder deposto, Mohammed ben Youssef, que exigiu o fim do protetorado francês e a autonomia completa do território. Ele retornou ao Marrocos em 1956, declarando sua independência em 2 de março.