A colônia francesa de Ubangui-Chari (que incluía a futura República Centro-Africana) localizava-se na África Equatorial e era habitada pelos povos falantes do idioma ubanguiano. Nas primeiras décadas do século 20, a região tornou-se uma zona de exploração de ouro e diamantes. Várias rebeliões contra a violência colonial eclodiram nessa época, destacando-se aquelas organizadas pelo movimento religioso neokimbanguista, que, sob a liderança de Simon-Pierre Mpadi, se fortaleceu entre 1926 e 1951.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a colônia experimentou uma gradual autonomia política. Barthélemy Boganda fundou o Movimento de Evolução Social da África Negra (Mesan) em 1946, quando a recém-aprovada Constituição francesa abriu espaço para organizações políticas nas colônias.
Favorável à emancipação de Ubangui-Chari, Boganda acreditava que o melhor caminho para conquistá-la seria criando uma federação das colônias da África Equatorial Francesa mais o Congo Belga e Angola —os Estados Unidos da África Latina. Após a morte de Boganda, em 1949, David Dacko assumiu a liderança do Mesan, cujo projeto político passaria por mudanças: manteria sua perspectiva federalista, mas apostaria numa união com outros países — Chade, Gabão e Congo-Brazzaville.
Como, porém, as posições antifederalistas nesses outros países eram fortes, a independência de Ubangui-Chari teve de ser negociada isoladamente com a França, que passava pela crise de seu sistema colonial. A República Centro-Africana foi proclamada em 13 de agosto de 1960, e seu primeiro presidente foi David Dacko.