No fim da Segunda Guerra Mundial, o Sudão estava ocupado por tropas inglesas e egípcias no que então se denominava Condomínio Anglo-Egípcio. Na prática, o Reino Unido administrava o território sudanês com alguma participação do Egito, mas os dois países discordavam quanto ao seu futuro político. Enquanto o Egito, governado pelo rei Faruk, insistia em suas tradicionais ambições sobre o território sudanês, os britânicos defendiam uma vaga ideia de autodeterminação dos sudaneses.
Após a Constituição de 1948, que criou uma assembleia legislativa local ainda sob a influência direta do governo-geral britânico, os próprios sudaneses se dividiram entre o Partido Umma, antiegípcio e com a simpatia de Londres, e o Ashikka, favorável à unidade dos países do vale do Nilo.
A situação do Sudão só se modificou após a derrota do Egito na guerra árabe-israelense, quando o golpe militar de 1952 depôs o rei Faruk. Os militantes do Ashikka viam com bons olhos as mudanças no Egito, prevendo uma possibilidade de união, mas logo que Gamal Abdel Nasser se tornou presidente, em 1953, a conjuntura mais uma vez se modificou. Nasser era contra o multipartidarismo, desagradando os sudaneses, e estava disposto a abrir mão das pretensões do Egito sobre o Sudão em troca do fim do direito inglês de manter tropas no canal de Suez.
Transformado em Partido da União Nacional em 1953, o Ashikka tornou-se simpático à independência. No mesmo ano, Reino Unido e Egito assinaram um tratado que instituía um prazo de três anos para a retirada das tropas no Sudão. Em fevereiro de 1956, a República do Sudão foi finalmente declarada. Em 2011, depois de anos de guerra civil, os territórios do sul do país, ricos em petróleo, se separaram e formaram o Sudão do Sul.