1934 7 de outubro
Praça da Sé tem voo de 'galinhas-verdes'
Antifascistas impedem manifestação dos integralistas; seis morrem
Anarquistas, sindicalistas, trotskistas e comunistas, unidos na Frente Única Antifascista, entram em confronto com integralistas nas imediações da praça da Sé, no centro de São Paulo. Seis pessoas morrem e dezenas ficam feridas.
A marcha dos integralistas fora convocada para comemorar os dois anos do lançamento do manifesto da organização. Um anúncio sobre a marcha já indicava suas intenções: “Integralistas, armai-vos!”. Desde o início do ano, fascistas e antifascistas vinham se enfrentando em várias cidades do Brasil, num clima cada vez mais radicalizado.
Os militantes da Frente Única Antifascista se prepararam para impedir a manifestação. A polícia chegou à praça com metralhadoras, disposta a garantir o desfile. Mas não conseguiu. A manifestação terminou em confronto, com tiros, correrias e confusão.
Milhares de integralistas, em seus uniformes verde-musgo e portando bandeiras com a letra grega Σ (sigma), nos moldes dos fascistas italianos e nazistas alemães, fugiram correndo.
O “Jornal do Povo”, do humorista Barão de Itararé, estampou na primeira página a manchete que ficaria famosa: “Um integralista não corre: voa”. E a batalha da praça da Sé entrou para a história como o dia da “revoada dos galinhas-verdes”.