1934 29 de agosto
Greves por direitos são sufocadas
Trabalhadores de várias categorias reivindicam cumprimento da legislação
Polícia reprime com violência várias manifestações de trabalhadores, entre elas a dos ferroviários da Eastern Brazilian Railway, a dos doqueiros, a dos operadores de bonde, a dos telegrafistas, a dos telefonistas e a dos eletricitários da Telephone & Electric Energy Company, todos em greve na Bahia. Algumas greves, como a dos ferroviários, haviam começado em julho.
A principal demanda dos manifestantes era a readmissão imediata dos operários que foram demitidos por exigir que os administradores estrangeiros acatassem as leis brasileiras. Suas reivindicações incluíam jornada de trabalho de oito horas, aumentos de salários, folga semanal e férias anuais remuneradas, pagamento de horas extras, indenização por dispensa sem justa causa, reconhecimento dos sindicatos e demissão dos inspetores que tinham atitudes coercitivas.
Desde a promulgação da Constituição, as greves haviam aumentado em todo o país, exigindo o reconhecimento de direitos assegurados na Carta Magna. Os padeiros pararam em Niterói, Salvador e Porto Alegre; também em Niterói, trabalhadores da Companhia Cantareira, responsável pelo transporte por bondes e barcas na cidade, aderiram ao movimento grevista. Em São Paulo, foi a vez dos funcionários de hotéis e restaurantes. A paralisação dos telegrafistas, iniciada na Paraíba, foi duramente reprimida. O governo federal ordenou a ocupação militar das estações, alegando questões de segurança nacional.
As paralisações no Brasil não eram evento isolado: nos EUA, em setembro de 1934, ainda haveria a greve geral dos trabalhadores do setor têxtil, tida como uma das maiores da história norte-americana. Na Europa, os movimentos sociais já constituíam resistência ao fascismo: em Portugal, na França e na Áustria o início de 1934 foi marcado por greves gerais e conflitos nas ruas.