1932 7 de outubro
Ação Integralista lança manifesto
Plínio Salgado lidera o movimento, que é inspirado no fascismo italiano
Plínio Salgado e seu colega integralista Eurico Guedes de Araújo enviam, pelo correio, centenas de envelopes contendo o “Manifesto de 7 de Outubro”. O documento foi impresso e endereçado às escondidas, na tarde e na noite de 7 de outubro, na sede da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, para, no dia seguinte, ser remetido a todo o país.
“Deus dirige os destinos dos povos. O Homem deve praticar sobre a terra as virtudes que o elevam e o aperfeiçoam. O homem vale pelo trabalho, pelo sacrifício em favor da Família, da Pátria e da Sociedade”.
Assim começava o manifesto integralista, que afirmava mais adiante:
“Pretendemos realizar o Estado Integralista, livre de todo e qualquer princípio de divisão: partidos políticos; estadualismos em luta pela hegemonia; lutas de classes; facções locais; caudilhismos; economia desorganizada; antagonismos de militares e civis; antagonismos entre milícias estaduais e do Exército; entre o governo e o povo; entre o governo e os intelectuais; entre estes e a massa popular. Pretendemos fazer funcionar os poderes clássicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), segundo os impositivos da Nação Organizada, com bases nas Classes Produtoras, no Município e na Família. Pretendemos criar a suprema autoridade da Nação”.
O grupo de intelectuais de tendências autoritárias, inspirados pelo fascismo italiano, começara a se reunir na capital paulista em março de 1932. Criaram nessa época a Sociedade de Estudos Políticos (SEP). Preocupados em popularizar suas ideias, resolveram escrever então um manifesto, que ficou pronto em maio e quase foi queimado no dia 23, quando, nos confrontos históricos daquele dia, a multidão invadiu e destruiu a sede do jornal “A Razão”, onde o texto estava guardado. Com a insurreição paulista, resolveram esperar. Findo o conflito, avaliaram que chegara o momento de divulgar o manifesto.
"Deus, Pátria e Família" era o lema da Ação Integralista Brasileira (AIB); a hierarquia, a base de sua organização; seu líder inconteste, Plínio Salgado. Nos meses e anos seguintes, os membros da AIB participariam de manifestações públicas, trajando uniformes verdes. O emblema do movimento seria a letra grega sigma, um símbolo matemático de soma e que foi usada pelos primeiros cristãos para simbolizar o Salvador. “Anauê!”, a saudação utilizada pelos militantes, significa “meu irmão”, em tupi-guarani.