1936 29 de maio
Estatísticas do país são centralizadas
INE tem a missão de fornecer dados socioeconômicos confiáveis
O Instituto Nacional de Estatística (INE), criado em 1934, entra finalmente em funcionamento. A nova instituição tem como missão coordenar as atividades estatísticas de todas as esferas administrativas. O instituto é definido como uma “entidade de natureza federativa”, com vistas ao “levantamento sistemático de todas as estatísticas nacionais”, mediante “a progressiva articulação e cooperação” das três esferas políticas da República: federal, estadual e municipal.
Quando o instituto foi criado, algumas lideranças políticas e econômicas estaduais foram contra a existência de um órgão que centralizasse as informações estatísticas, argumentando que isso feriria o federalismo, reconquistado na Constituição promulgada naquele ano. Dois anos depois, porém, as resistências foram quebradas quando o Ministério das Relações Exteriores precisou com urgência de informações estatísticas confiáveis para apresentá-las em negociações internacionais com banqueiros.
Os recenseamentos da população brasileira haviam sido realizados em 1872, 1890 e 1900. Em 1920, o Censo fez, além da contagem da população, o primeiro levantamento estatístico da produção industrial e agrícola do país. Já o Censo de 1930 foi cancelado por causa da Revolução. No governo provisório, Getúlio instituiu departamentos de estatística nos Ministérios da Educação e Saúde Pública, do Trabalho, Indústria e Comércio, da Agricultura, da Fazenda e da Justiça e Negócios Interiores. Apesar disso, era gritante a necessidade de uma instituição confiável que fosse responsável por todas as informações estatísticas e geográficas do país.
Na cerimônia de instalação do INE, Getúlio disse ter tanto apreço pela instituição, que lhe dava um de seus ministros para presidi-la (o chanceler José Carlos de Macedo Soares) e cedia sua própria casa, o palácio do Catete, para sediá-la. Também afirmou, ao ressaltar a Convenção Nacional de Estatística, que nenhuma nação poderia progredir sem conhecer numericamente seus recursos.
O decreto ratificando a Convenção seria publicado em 11 de agosto. Por ela, estabeleceu-se o pacto entre os entes federados para compartilhar as informações estatísticas, através do Instituto Nacional de Estatística.
Em 1938, o INE se transformaria no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).