A era do rádio Dramaturgia

A dramaturgia era um dos maiores e mais movimentados departamentos das emissoras de rádio. Todos os dias, milhares de pessoas acompanhavam as novelas, as histórias de mistério e de suspense, as peças de teatro e até programas de informações científicas pelo rádio. Atores, atrizes, produtores, escritores, sonoplastas, músicos, técnicos, todos colaboravam para atrair os ouvintes, estimular sua imaginação e emoções e encantar o público.

A era do rádio / Dramaturgia Humor

Nos programas de variedades das emissoras de rádio, muitos deles de auditório, o humor já se fazia presente. Mas havia os programas especiais, que faziam a alegria do público —os programas de humor. Eles fizeram enorme sucesso e projetaram um grande número de atores. Os humorísticos de maior audiência na Rádio Nacional, campeã de audiência entre as décadas de 1940 e 1950, foram “PRK-30” e “Balança, mas Não Cai”.

PRK-30
Parecia que uma rádio clandestina havia entrado no ar, ocupando o espaço da programação da Rádio Nacional, mas era pura gozação com tudo o que acontecia na emissora. Lauro Borges e Castro Barbosa imitavam cantores, jornalistas, calouros, contavam piadas, parodiavam as novelas e outros programas e até inventavam propagandas. O “PRK-30” era financiado pelos produtos de higiene Eucalol e chegou a ser o campeão de audiência da Rádio Nacional.

Balança, mas Não Cai
O “Balança, mas Não Cai” foi criado por Max Nunes e se passava num prédio de apartamentos, mostrando o dia a dia dos moradores, numa paródia crítica da sociedade brasileira. Os personagens de maior sucesso eram o Primo Pobre & o Primo Rico, interpretados por Brandão Filho e Paulo Gracindo, respectivamente. O “Balança mas Não Cai” agradou tanto que virou programa de televisão na década de 1960.

 

A era do rádio / Dramaturgia Diversão

As radionovelas
As emissoras de rádio investiam em programas que agradavam ao público. Tinham, para isso, contrato com músicos, atores, redatores, sonoplastas e locutores. Entre os programas que mais faziam sucesso entre a década de 1940 e o aparecimento da televisão, estavam as radionovelas.

As radionovelas tinham um enredo de fácil assimilação e eram dirigidas ao público, especialmente feminino, que acompanhava, em capítulos, os dramas vividos pelos personagens. Os radioatores — como passaram a ser chamados — tornaram-se conhecidos do grande público, que os amava ou odiava, de acordo com os personagens que encarnavam.  

A primeira radionovela brasileira foi “Em Busca da Felicidade”, de 1941. No ano seguinte, foi ao ar “Fatalidade”, de Oduvaldo Viana, a primeira com texto brasileiro.

O sucesso das radionovelas foi tão grande que, entre 1941 e meados dos anos de 1950, só a Rádio Nacional, a campeã nacional de audiência, produziu e transmitiu 861 delas.

Em Busca da Felicidade
A primeira radionovela no Brasil, “Em Busca da Felicidade”, do cubano Leandro Blanco, estreou na rádio Nacional em 5 de junho de 1941, às dez horas da manhã, dirigida às donas de casa. Sob o patrocínio do creme dental Colgate, fez tanto sucesso que ficou dois anos e meio no ar, sempre com altos índices de audiência, sendo retransmitida por muitas outras emissoras do país.

Fatalidade
Primeira radionovela escrita no Brasil, “Fatalidade” foi uma das muitas peças escritas por Oduvaldo Viana. Estreou na Rádio São Paulo em 1942, com grande sucesso. Depois seguiram-se outras do mesmo autor: “Renúncia”, “Recordações de Amor”, “Céu Cor-de-Rosa”, “Primeiro Amor”, “Suspeita”, “Calúnia”, “Farol da Esperança” e outras. Um acordo entre a Rádio São Paulo e a Rádio Nacional permitiu transmitir as novelas simultaneamente nas duas emissoras, e depois retransmiti-las por emissoras de todos os estados.