Entre 1945 e 1964 as artes visuais ilustraram não apenas um Brasil, mas os vários brasis nem sempre conectados. Entre realismos, abstrações, fantasias e alegorias, nossos artistas captaram e traduziram os inúmeros traços de nossa cultura e os muitos tons de nossas cores — e, não raras vezes, nossos contrastes sociais. Modernistas consagrados reafirmaram seu papel como protagonistas no campo da pintura, ao passo que novos nomes mostraram uma faceta mágica em nossas brasilidades. Gravuristas de todo o país buscaram cravar, na imaginação nacional, a dureza e a beleza da vida do brasileiro.

Paralelamente às temáticas exploradas pelos artistas figurativos (ou seja, aqueles que têm na figura seu principal objeto), crescia a produção de uma obra abstrata, acompanhando os caminhos da arte internacional, mas mantendo suas especificidades.

O Brasil se inseriu definitivamente no cenário artístico internacional por causa de suas bienais, seus novos museus e a formação de novos grupos de vanguarda — uma arte renovada para um país moderno.

Seja através de formas geométricas precisas, ou por meio de rostos aquarelados, seja em enormes murais e esculturas, ou pequenas ilustrações em grandes obras literárias, nos museus e nas ruas, as artes visuais produziram imagens que permitiram ao país imaginar-se a si mesmo: nossas tradições e nossos destinos traçados em desenhos duros, reais, leves e fantásticos.

Djanira
Estudo para o cartaz da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Morais
1954
Óleo e guache sobre cartão
75.70 x 55.60 cm
Acervo do Museu Nacional de Belas Artes