“Felicidade: passei no vestibular
Mas a faculdade é particular”
Assim cantava Martinho da Vila no final dos anos 60. Seu samba “O Pequeno Burguês” mostrava como o diploma universitário era caro e inatingível para quem não pertencia à elite econômica e intelectual brasileira. Para virar doutor, era preciso nascer rico ou endividar-se bastante para pagar mensalidades e materiais didáticos.
Em 2005 foi criado o Programa Universidade para Todos (ProUni), oferecendo bolsas integrais ou parciais para egressos do sistema público de ensino médio (ou bolsistas integrais no sistema privado), mediante renúncia fiscal das instituições privadas.
Para concorrer a bolsas integrais, os estudantes precisam comprovar renda familiar mensal bruta de até 1,5 salário mínimo por pessoa. Para as bolsas parciais, de 0,5 salário mínimo, e o estudante deveria ter renda familiar per capita bruta de até três salários mínimos. Os candidatos eram selecionados com base na nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre 2005 e 2010, o ProUni concedeu 1,13 milhão de bolsas, totais ou parciais.
Além disso, havia o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa de financiamento de mensalidades a juros baixos, que beneficiou mais 430 mil estudantes no mesmo período. A partir de 2007, os dois programas podiam ser acessados em conjunto pelo estudante de baixa renda: em caso de bolsa parcial do ProUni, o aluno poderia financiar os 50% restantes com o Fies.