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Ao longo de seis décadas (1941 a 2002), o Brasil foi palco de 41 conferências nacionais. Em apenas oito anos, entre 2003 e 2010, são realizadas nada menos que 74 conferências, com etapas municipais, regionais, estaduais e nacionais, engajando diferentes instâncias do Executivo e do Legislativo. Entre 2003 e 2010, 10 milhões de pessoas participam de processos de conferências, o correspondente, na época, a mais de 6% do total da população brasileira.
As conferências se revelam instâncias deliberativas de definição das agendas ministeriais, de debate, elaboração e monitoramento de políticas públicas. Além das temáticas que historicamente contam com elevado grau de participação social (como saúde e assistência social), é registrado também um forte engajamento da sociedade civil em áreas como cultura, direitos humanos e direitos de minorias.
No período 2003-2010 ocorreram as primeiras edições das conferências nacionais de temas que conquistam cada vez mais relevância. A 1ª Conferência Nacional das Cidades, por exemplo, realizada em 2003, promove o debate inédito entre sociedade civil e administração pública sobre temas como política habitacional, inclusão espacial, saneamento e mobilidade urbana, e elege os membros do Conselho Nacional das Cidades, que passa a integrar a estrutura do recém-criado Ministério das Cidades.
Em 2004, a 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres traça as diretrizes de uma Política Nacional voltada para a redução das desigualdades entre homens e mulheres, considerando temas como igualdade na diversidade, superação da violência de gênero e efetivação dos direitos civis, políticos, sexuais e reprodutivos das mulheres.
Em 2005, a 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, reúne diversos grupos etnorraciais — negros, ciganos, indígenas, árabes e judeus, entre outros — para debater propostas que contribuirão para a redução das desigualdades raciais e a inclusão dos grupos antes afastados dos processos de discussão e decisão.