Entre 2003 e 2010, a política externa brasileira assumiu um caráter universalista e multilateral, com especial enfoque no desenvolvimento regional e na cooperação Sul-Sul. Isso não significou, entretanto, o negligenciamento das relações com os parceiros tradicionais.
O saldo da balança comercial com a União Europeia, por exemplo, saltou de US$ 810,5 milhões em 2000 para US$ 4,13 bilhões em 2010. Em 2007, aconteceu o primeiro encontro de cúpula Brasil-União Europeia, com a assinatura de parceria estratégica entre as duas partes.
O comércio bilateral do Brasil com os Estados Unidos também continuava a crescer. As vendas brasileiras para aquele país aumentaram 25%. O ritmo de crescimento, entretanto, foi inferior ao observado em relação aos países emergentes, o que reduziu de forma acentuada a dependência da balança comercial brasileira.
Nesse período, o Brasil assumiu protagonismo inédito na história da nossa diplomacia. Fortaleceu o G-20, participou ativamente da criação do grupo dos Brics, ocupou papel de liderança no combate mundial à fome, costurou acordo nuclear envolvendo o Irã e o Conselho de Segurança da ONU, destacou-se na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e foi escolhido para sediar os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos de Verão.