Ao ter a candidatura derrotada nas primeiras eleições presidenciais pós-ditadura militar, em 1989, Luiz Inácio Lula da Silva e seus apoiadores decidiram permanecer mobilizados, debatendo e propondo temas importantes para o Brasil, em torno do Instituto de Estudos e Pesquisas dos Trabalhadores, que logo se transformaria no Instituto da Cidadania. Um dos temas priorizados foi o combate à fome e à pobreza.
Entre 1993 e 1996, Lula percorreu 395 cidades em todos os estados brasileiros, nas chamadas Caravanas da Cidadania. Nessas viagens ao Brasil profundo, em municípios do interior sem peso eleitoral, Lula conheceu os problemas e as reivindicações da população. Uma das questões mais recorrentes era justamente a fome.
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Assim, em 1993, o Instituto Cidadania elaborou e entregou ao então presidente Itamar Franco o Programa Nacional de Segurança Alimentar, que deu origem ao comitê e à campanha contra a fome.
Em 2001, o mesmo instituto, a partir de estudos de grupo de trabalho coordenado por José Graziano Neto, lançou o desenho inicial do Programa Fome Zero, um dos pontos principais da campanha presidencial de Lula em 2002.
O projeto de segurança alimentar baseava-se no barateamento da alimentação, melhoria na renda, aumento da oferta de alimentos básicos e ações específicas de compensação, em um modelo econômico que privilegiasse o crescimento do mercado interno e diminuísse a extrema desigualdade de renda.
O combate à fome esteve no centro da plataforma de campanha vitoriosa de Lula nas eleições presidenciais de outubro de 2002.