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Getúlio e seus auxiliares acreditavam que a educação tinha o poder de construir o homem novo, formar mentalidades e difundir valores. Instituição estratégica, o então Ministério da Educação e Saúde Pública se transformou numa arena em que católicos, comunistas, socialistas, integralistas, positivistas e modernistas concorriam com seus projetos e ideias. Se, na educação, os católicos anticomunistas tiveram vitórias expressivas, na arquitetura, patrimônio, artes plásticas, literatura e outras produções culturais os modernistas de esquerda levaram a melhor.
O principal ministro da Educação do governo de Getúlio foi Gustavo Capanema, que comandou a pasta de julho de 1934 até outubro de 1945. Capanema chamou para a chefia de seu gabinete o poeta Carlos Drummond de Andrade, que fez a ponte entre o ministro e os intelectuais, como Mário de Andrade, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lúcio Costa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Sérgio Buarque de Holanda, Oscar Niemeyer, Alberto Burle Marx, Cândido Portinari, Heitor Villa-Lobos, Afonso Arinos de Melo Franco e Rodrigo Melo Franco de Andrade. Esses intelectuais tiveram a oportunidade de intervir positivamente, “pôr a mão na massa” e ajudar a construir a nação — tarefa que encararam como a missão de sua geração.
Durante os 11 anos de Capanema no ministério, muitos dos mais importantes intelectuais brasileiros atuaram como consultores, formuladores de projetos e autores de programas de governo e propostas educativas.
Os modernistas defendiam a necessidade de conhecer e valorizar a nós mesmos, para construir um futuro original, brasileiro, produzido pelo povo único que se formou da mistura do português colonizador, do índio e do negro escravizado. Para os modernistas, é na nossa história, nas criações artísticas e nas manifestações culturais que encontramos a raiz da nação, e só a partir dela seria possível encontrar a verdadeira identidade brasileira e dar-lhe continuidade.
Investindo em várias áreas — música, patrimônio, arquitetura e urbanismo, artes plásticas e literatura —, esses intelectuais projetaram nosso futuro e foram fundamentais na construção do país que conhecemos hoje.