1969 4 de novembro
Marighella é abatido em emboscada em SP
O inimigo nº 1 da ditadura cai numa armadilha e é morto por agentes de Fleury
Carlos Marighella, principal dirigente da Ação Libertadora Nacional (ALN), é assassinado numa emboscada organizada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Dops paulista. Foi baleado dentro de um fusca na alameda Casa Branca, região dos Jardins, em São Paulo.
O guerrilheiro fora atraído para uma armadilha por um frade dominicano simpatizante da ALN, que, sob tortura, informou o local, o dia e a hora de um encontro com o líder revolucionário. Segundo a versão oficial, ele foi abatido depois de sacar uma arma e resistir à prisão. O jornalista Mário Magalhães, em seu livro “Marighella, o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo”, revela que ele estava desarmado ao ser morto dentro do carro.
Marighella, que vivia na clandestinidade desde 1965, era considerado o inimigo nº 1 da ditadura. A ALN era o maior grupo de resistência armada aos militares. Dois meses antes, um comando da organização havia sequestrado o embaixador dos EUA no Brasil em ação conjunta com o MR-8. O assassinato do dirigente marcou o início do declínio das organizações revolucionárias de esquerda no país.
Depois de atingir o auge em 1969, com ações de grande repercussão, como o sequestro do diplomata norte-americano, o roubo de mais de US$ 2 milhões de um cofre do ex-governador Adhemar de Barros, a fuga do capitão Lamarca do Quartel de Quitaúna e a tomada da Rádio Nacional, esses grupos passaram à defensiva, sofrendo sucessivas baixas por prisões e assassinatos. Um ano depois da morte de Marighella, o número de revolucionários presos, exilados e mortos seria bem maior que o de militantes ativos na clandestinidade.