1978 15 de outubro
É eleito o último general presidente
Ex-chefe do SNI e indicado por Geisel, Figueiredo recebe mandato de 6 anos
O general João Baptista de Oliveira Figueiredo, chefe do Gabinete Militar no período Médici e do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o governo Geisel, é confirmado pelo Colégio Eleitoral como novo presidente da República. Exerceria o cargo entre março de 1979 e março de 1985. Seu vice era o civil Aureliano Chaves, ex-governador de Minas Gerais. Figueiredo obteve 355 votos contra 226 dados ao candidato do MDB, general Euler Bentes Monteiro, que formava chapa com o senador Paulo Brossard (RS).
Figueiredo seria o quinto e último general presidente do ciclo aberto pelo golpe militar de 1964 e o segundo ex-chefe do SNI a chegar à Presidência – o primeiro foi Emílio Garrastazu Médici. Durante seu mandato, cresceu a luta pela redemocratização do país, começando pela anistia e culminando com a grande campanha das Diretas-Já, em 1984. Seu governo adotou a estratégia de implodir o MDB com a criação de novos partidos, o que não impediria a derrota do PDS (ex-Arena) nas primeiras eleições para governador em 1982 nem a vitória da oposição no Colégio Eleitoral de 1985.
O governo Figueiredo iria reprimir duramente as greves de trabalhadores, nas quais pelo menos dois operários seriam mortos pela polícia. Esse período foi marcado por ações terroristas de grupos clandestinos ligados às Forças Armadas, que explodiram bombas em entidades civis e jornais de oposição, queimaram bancas de revistas e sequestraram defensores dos direitos humanos. Jamais foram punidos. Além da crise política da ditadura, o general presidiu um país com a economia em declínio e inflação galopante, uma situação que ficou conhecida como de estagflação.