1971 20 de agosto

Repressão executa Iara, a guerrilheira

Na clandestinidade, companheira de Lamarca foi cercada em Salvador

Morre em Salvador, aos 27 anos, Iara Iavelberg, companheira de Carlos Lamarca, em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Iara era formada em psicologia pela USP e foi uma das personagens mais marcantes da luta armada. Bonita e independente, contrariou convenções do seu tempo e os estereótipos da esquerda.

Carlos Lamarca apaixonou-se por ela quando se conheceram na militância da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), em 1969.  Mesmo tendo oportunidade de deixar o país, Iara decidiu acompanhá-lo nas tentativas de implantação da guerrilha rural. Participou do grupo de treinamento comandado pelo companheiro no Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo.

Quando Lamarca se transferiu para o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e partiu para o sertão da Bahia, Iara ficou escondida em Salvador, onde foi descoberta, cercada e morta. Apesar de evidências e testemunhos que sustentam o seu assassinato, o Dops da Bahia divulgou a versão de que ela teria se suicidado no momento da prisão.

Anos antes, em 1969, vivendo clandestinamente no Rio, Iara tornara-se amiga da também jovem militante Dilma Rousseff. Quando tomou posse na Presidência da República, em janeiro de 2010, Dilma a homenageou em seu discurso.