1968 21 de agosto
Tanques esmagam a Primavera de Praga
União Soviética põe fim ao 'socialismo com face humana' na Tchecoslováquia
Tropas do Pacto de Varsóvia, liderado pela então União Soviética, invadem e ocupam a Tchecoslováquia para liquidar o movimento reformista que ficou conhecido como Primavera de Praga. O projeto de mudanças era impulsionado pelo primeiro-secretário do Partido Comunista Tcheco (PCCh), Alexander Dubcek, eleito para o cargo em janeiro de 1968. Apoiado por uma ala liberalizante do partido, Dubcek propôs um conjunto de reformas na política e na economia, afastando-se do modelo imposto pela União Soviética.
As reformas divulgadas em abril, início da primavera na Europa, apontavam para uma descentralização da economia estatal, mais liberdade de imprensa e de expressão. Dubcek também queria romper com o dogma do partido único, convocando uma Assembléia Nacional aberta a correntes políticas fora do PCCh. O conjunto de mudanças ficou conhecido como “um socialismo com face humana”.
A Primavera de Praga era intolerável para a União Soviética, que temia que os demais países do bloco comunista fossem contagiados pela liberalização. Enquanto os tanques marchavam em direção a Praga, Dubcek e outros dirigentes eram presos e levados a Moscou.
A resistência pacífica da população conseguiu retardar o avanço dos tanques, por meio de sabotagens e sonegação de informações aos invasores, coordenadas por uma engenhosa rede clandestina de rádio. Isolado em Moscou, Dubcek acabou renunciando à direção do partido e substituído por Gustav Husak, que restaurou a velha ordem.