1981 20 de dezembro
Tancredo leva o PP de volta ao PMDB
Em reação ao Pacote de Novembro, partidos se fundem antes das eleições
Em convenções simultâneas, PMDB e PP aprovam a fusão dos dois partidos, numa resposta ao pacote eleitoral baixado pela ditadura para favorecer o PDS nas eleições de 1982. A decisão diminuiria o impacto do principal resultado da reforma partidária de 1979: a divisão do MDB. Nessa reforma, a ala “moderada” do partido havia seguido o senador Tancredo Neves (MG) para fundar o PP com dissidentes da Arena. Tancredo agora voltava ao PMDB, levando consigo a maioria do extinto PP. O ex-governador Magalhães Pinto retornaria ao PDS.
A fusão foi aprovada por 331 votos a 41, na convenção do PMDB, e por 162 votos a 91, na do PP.O retorno dos moderados seria formalizado numa convenção conjunta em fevereiro, com a extinção do PP e a incorporação de seus diretórios ao partido de Ulysses Guimarães.
A fusão fortalecia diretamente as candidaturas em São Paulo (Franco Montoro), Rio (Miro Teixeira, indicado pelo governador Chagas Freitas), Minas Gerais (Tancredo), Paraná (José Richa) e Rio Grande do Sul (Pedro Simon). PT e PDT, convidados a participar da fusão, rejeitaram a proposta.
Graças ao retorno dos “moderados” à legenda e à permanência do PCB, PCdoB e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), o PMDB recuperou o caráter de “frente oposicionista”, o que representou uma derrota para o projeto da ditadura. Tancredo e Ulysses retomariam a sutil disputa interna pela orientação política do maior partido da oposição, que iria perdurar até a morte do primeiro, em 1985.