1956 30 de maio
Aumenta a tarifa do bonde, e o Rio para
UNE lidera protesto contra a prefeitura; Juscelino pede encontro com estudantes
Em resposta à decisão do prefeito Negrão de Lima, que dobrou as tarifas dos bondes, os estudantes iniciam um protesto. Confrontos violentos entre a polícia e estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) em frente à sede da entidade, no bairro do Flamengo, propagam-se pela cidade. Bondes da companhia Light são virados e incendiados. O presidente Juscelino Kubitschek retorna imediatamente de Belo Horizonte, mas só de helicóptero consegue chegar ao Catete.
Para restabelecer a ordem, Juscelino nomearia o chefe militar Odílio Denys governador militar da cidade, com a determinação de não causar vítimas. Todavia, a violência usada para conter o tumulto seria muito grande.
Os deputados Adauto Lúcio Cardoso e Mário Martins, da UDN, foram espancados por policiais em frente à sede da UNE, então cercada por tropas da Polícia Militar.
No dia seguinte, com os bondes escoltados por soldados armados, e a UNE cercada por tropas, JK resolveu negociar, convocando uma reunião com os líderes estudantis no palácio do Catete. Na audiência, a UNE relataria os abusos policiais contra estudantes e contra a sede da organização, solicitaria a libertação dos presos nas manifestações e pediria a mediação do presidente para impedir o aumento da tarifa de bonde.
A UNE convocaria ainda uma greve geral dos estudantes de 72 horas, que só seria revogada depois que o prefeito Negrão de Lima assinasse a redução da tarifa do bonde.
Em outras cidades, como Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Cuiabá e Manaus, os estudantes universitários somaram-se à greve carioca. Em São Paulo, o movimento teve o apoio dos secundaristas.