1950 25 de junho
EUA declara guerra à Coreia do Norte
China intervém; conflito mataria mais de 2 milhões, entre chineses e coreanos
A Coreia do Norte invade a Coreia do Sul. A alegação é que o país vizinho, aliado dos EUA, não respeitara a fronteira do paralelo 38 — estabelecida arbitrariamente pela ONU em 1948 para separar a porção norte, comunista, da região sul, capitalista.
Dois dias depois da invasão, os Estados Unidos declarariam guerra ao lado comunista, dando início assim ao primeiro confronto direto entre os dois blocos que disputavam a hegemonia global após o fim da 2ª Guerra Mundial. Nos três anos seguintes, o conflito envolveria uma coalizão de 16 países organizada pela ONU e liderada pelos Estados Unidos, de um lado, e a Coreia do Norte, com apoio soviético e chinês, do outro.
O avanço norte-americano provocaria a entrada direta da República Popular da China no conflito, quando as tropas da ONU se aproximaram de suas fronteiras. Os Estados Unidos ameaçaram os chineses com bombas atômicas e fariam largo uso da bomba de napalm, de alto grau de letalidade.
A coalizão imporia pesadas baixas aos norte-coreanos e aos chineses, forçando-os ao diálogo, que se iniciaria em 10 de julho de 1951. Os conflitos, todavia, se estenderiam até 27 de julho de 1953, quando um armistício foi assinado.
Ao final da guerra, as duas Coreias e a China contariam seus mortos: dois milhões, entre civis e militares. Os Estados Unidos teriam perdido alguns milhares de soldados.
O Brasil sofreria forte pressão dos Estados Unidos para enviar tropas à região, mas, além da opinião pública desfavorável, Getúlio teve de enfrentar a divisão das Forças Armadas brasileiras na questão.
No Clube Militar, os generais nacionalistas Estilac Leal e Horta Barbosa fizeram ampla campanha contra os generais Juarez Távora e Cordeiro de Farias, que queriam a participação do Brasil na Guerra da Coreia. Ao final, a ala nacionalista saiu vencedora: em dezembro de 1951, Vargas formalizaria a posição negativa do Brasil quanto ao envio de tropas brasileiras.
A decisão causaria o esfriamento das relações diplomáticas com a maior potência ocidental.