1970 1º de novembro
D. Paulo assume luta por justiça e paz
Arcebispo de São Paulo faz defesa intransigente dos direitos humanos
D. Paulo Evaristo Arns é nomeado arcebispo de São Paulo pelo papa Paulo 6°, assumindo o posto no auge da repressão da ditadura militar. D. Paulo deu grande contribuição para o fortalecimento da sociedade civil, especialmente na defesa intransigente dos direitos humanos.
Uma de suas primeiras iniciativas foi visitar o Presídio Tiradentes, onde havia cerca de 400 presos políticos e também centenas de prisioneiros comuns – todos pobres e submetidos a maus tratos. D. Paulo foi responsável pela criação da Comissão Justiça e Paz, dedicada à proteção das vítimas da repressão e aos perseguidos políticos, tornando-se uma das mais expressivas lideranças religiosas do país.
Sem abrir mão de denunciar as violações de direitos, o arcebispo foi integrante discreto da Comissão Bipartite. Coordenada pelo intelectual católico Cândido Mendes, a Bipartite promoveu durante a ditadura encontros entre religiosos e representantes do governo para discutir a situação dos presos políticos no país. As reuniões eram sigilosas porque, oficialmente, o governo não admitia a prática de torturas nem a existência de presos políticos.