1964 9 de maio
Carlos Marighella resiste à prisão
Dirigente comunista enfrenta a polícia e torna-se símbolo de resistência
O ex-deputado comunista Carlos Marighella é localizado e preso por agentes do Dops carioca dentro de um cinema no bairro da Tijuca. Enfrentando os policiais com socos e gritos de “abaixo a ditadura militar fascista!” e “viva a democracia!”, Marighella recebeu um tiro à queima-roupa no peito. Dominado, foi levado ao Hospital Souza Aguiar e de lá para a Penitenciária Lemos Brito.
Por sua atuação como deputado federal nos anos 1940 e pela articulação de grandes greves e protestos, Marighella tornou-se o mais famoso dirigente do PCB, superado apenas pelo secretário-geral Luiz Carlos Prestes. Ficou três meses preso e, antes de cair mais uma vez na clandestinidade, publicou em 1965 o livro “Por Que Resisti à Prisão”, uma denúncia contra a ditadura.
Marighella iria se distanciar progressivamente da direção do PCB até romper com a legenda em 1967. Tornaria-se comandante da Ação Libertadora Nacional (ALN), a maior organização de guerrilha urbana do país naquele período.
O dirigente comunista tornou-se um dos mais procurados inimigos da ditadura e, em 1969, foi morto em emboscada, numa ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais sanguinários agentes do aparelho de repressão da ditadura militar.