1970 8 de dezembro
Bacuri morre após 109 dias de tortura
Militante da VPR passou pelo DOI-Codi e dois centros clandestinos de tortura
Militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Eduardo Leite, o Bacuri, é morto aos 25 anos, num dos mais cruéis casos de assassinato político durante a ditadura. Preso desde 21 de agosto, foi torturado durante meses e chegou a receber na cela um jornal que noticiava sua fuga da prisão.
Preso pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury em uma rua do bairro carioca da Gávea, Bacuri foi levado para um centro clandestino em São Conrado, onde começaram as torturas. Foi transferido para São Paulo e retornaria ao Rio de Janeiro, passando pelo presídio da Ilha das Cobras. Mais tarde, voltaria para São Paulo, dessa vez para o DOI-Codi, onde foi massacrado pelos torturadores.
Bacuri permaneceu incomunicável até sua morte. Segundo relato de um soldado, ele foi executado no Forte dos Andradas, no Guarujá, litoral paulista. Na versão dos militares, Eduardo teria sido morto em tiroteio após escapar da prisão.