1972 15 de novembro
Arena esmaga MDB em eleição municipal
Legenda vence em 87% das cidades e indica prefeitos indiretos nas capitais
O partido oficial, Arena, faz a maioria dos vereadores e elege 3.322 prefeitos contra 468 do PMDB nas eleições municipais de 1972. O general presidente Emílio Garrastazu Médici celebrou o resultado como um sinal de aprovação direta a seu governo. Nas 20 capitais, estâncias hidrominerais e municípios “de segurança nacional”, houve eleições apenas para vereador. Nessas 181 cidades, os prefeitos foram indicados pelos governadores, todos da Arena – com exceção da antiga Guanabara, cujo governador também era alinhado ao regime, apesar de filiado ao MDB.
O partido governista tinha diretórios (e candidatos) em todos os 3.971 municípios de então. O MDB não existia em grande parte das cidades do interior do Norte e Nordeste. Para acomodar as correntes internas da Arena, que tinha políticos oriundos dos antigos rivais UDN e PSD, foram criadas sublegendas, que permitiam o lançamento de até três candidatos por partido. Vencia aquele que tivesse mais votos na soma das sublegendas, o que também favoreceu a Arena na maioria dos municípios.
As esquerdas, com exceção do PCB, fizeram campanha pelo voto nulo. Essa foi a opção de 1,5 milhão de eleitores, 5% dos 30 milhões de inscritos. Diante do resultado, políticos do MDB passaram a discutir a autodissolução do partido – tese que seria combatida com firmeza pelo presidente da oposição, Ulysses Guimarães.