A década de 1940 viu chegar uma fase decisiva para a modernização do teatro brasileiro. Em 1943, foi encenada a peça “Vestido de Noiva”, de Nélson Rodrigues, considerada um divisor de águas na nossa dramaturgia. Em 1948, foi inaugurado o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), patrocinado pelo italiano Franco Zampari, que, ao importar diretores europeus de grande qualidade, permitiu às artes cênicas nacionais ingressarem num novo tempo.

À renovação na direção dos espetáculos, seguiu-se um salto na produção de textos que falavam diretamente do Brasil, provocando estranhamentos, reconhecimentos e reflexões no público. Ao mesmo tempo em que grandes clássicos da dramaturgia universal eram montados com um refinamento nunca visto em nossos palcos, o teatro manifestava-se também como ferramenta política, com textos que denunciavam as hipocrisias, as injustiças sociais e o racismo que marcavam o país.

Eram peças que exigiam mudanças e transformações. Nesse período, o Brasil descobriu o teatro, e o teatro descortinava o Brasil.

A atriz Fernanda Montenegro posa ao lado de uma máscara grega, em 1958
(Foto: Folhapress)