1991 8 de março
Surge uma nova central sindical
Congresso de criação da Força Sindical reúne mais de 2.500 pessoas
É criada a Força Sindical, uma nova central de trabalhadores fundada por lideranças que defendem o “sindicalismo de resultados”, mais pragmático e desvinculado das bandeiras políticas de esquerda. Apesar de se declarar independente, a nova central tem identidade programática com o governo Collor, apoiando, por exemplo, o programa de privatizações. Seu primeiro presidente é o sindicalista Luiz Antônio de Medeiros, que depois se elegerá deputado federal.
A Força Sindical foi criada para contrapor-se à Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT. Mesmo defendendo os temas gerais da agenda sindical, como o combate ao desemprego e ao arrocho dos salários, a Força Sindical desestimulava o “grevismo” e incentivava as negociações diretas com cada empresa. A paralisação seria o último recurso.
A proposta encontrou eco em vários segmentos de trabalhadores desgastados com o grande número de greves dos anos anteriores motivadas pelas perdas salariais. Participaram do ato de criação da nova central 2.500 sindicalistas e políticos.
No ano seguinte, a Força derrotaria a CUT na disputa pela direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Siderúrgica de Volta Redonda (RJ), foco de greves e conflitos no final do governo Sarney. A Força declarou apoio à privatização da companhia, que ocorreria em 1992. Seguirá contrapondo-se à CUT, embora as duas centrais façam alianças pontuais em alguns momentos.