1957 4 de outubro
Sputnik-1 dá início à corrida espacial
Foguete que pôs satélite em órbita é o primeiro de alcance intercontinental
É lançado da base espacial Baikonur, no Cazaquistão, o Sputnik-1, primeiro satélite artificial da União Soviética e do mundo a orbitar a Terra. Projetado pelo engenheiro Sergei Pavlovich Korolev, o artefato pesa 83 quilos, mede 58 centímetros de diâmetro e leva dois transmissores de rádio. Seu lançamento visa estudar a capacidade de envio de cargas ao espaço.
Assim começava a corrida espacial entre as duas superpotências mundiais, a União Soviética e os Estados Unidos.
Ao atingir a órbita terrestre, o Sputnik cumpriria também um importante papel no campo das pesquisas bélicas. O foguete R-7, que levou o satélite, era também o primeiro míssil de alcance intercontinental. Lançada de território soviético, a mesma tecnologia poderia ser usada para atingir os Estados Unidos em poucos minutos.
O engenheiro Korolev foi o responsável por grandes feitos da URSS no início da era espacial: os satélites Sputnik (dez ao todo); as primeiras fotografias do lado oculto da Lua (Lunik-3, 1959); o primeiro “passeio” de um homem (Aleksei Leonov, 1965) fora do veículo espacial, preso a um “cordão umbilical”; a primeira tentativa de pousar uma sonda em Vênus (Venera-3, em 1966); e o primeiro pouso de uma sonda na Lua (Lunik-9, 1966).
O ponto alto dos feitos de Korolev seria o primeiro voo de um homem (Yuri Gagárin) ao espaço, em abril de 1961. Anos depois, em 1965, ele mandaria ao espaço também a primeira mulher, Valentina Tereshkova, na Vostok-6.
Um mês depois de Gagárin ter falado ao mundo, a bordo da Vostok-1, que “a Terra é azul”, o presidente norte-americano John Kennedy prometeria, em rede nacional de rádio e televisão, que os EUA levariam o homem à Lua até o fim da década de 1960. Oito anos depois, a promessa seria cumprida.
A corrida espacial não era apenas uma disputa pelo desconhecido, mas uma competição entre as duas superpotências da época. Tanto os EUA como a URSS queriam se afirmar aos olhos do mundo como campeões de tecnologia e símbolos do futuro.