África Mauritânia 1960

A Mauritânia foi ocupada militarmente pela França em fins do século 19, mas só se tornou colônia francesa em 1920. Desde os primeiros anos de colonização, o país se viu dividido de diferentes maneiras. A principal divisão opunha a população muçulmana do Norte (mais resistente ao domínio estrangeiro e, portanto, mais autônoma) aos adeptos de religiões tradicionais do Sul.

O final da década de 1940 foi marcado por tensões raciais e uma grave crise política. Um dos grupos rebeldes, os “negros mauritanos”, exigiam não só maior participação da população local na administração, como antes, mas também a autonomia política da colônia. O Partido do Povo Mauritano (PPM), por sua vez, estava dividido entre os moderados — favoráveis a uma independência gradual negociada com a França — e os radicais, que defendiam a autonomia imediata.

Após a criação da comunidade franco-africana pelo presidente francês Charles de Gaulle, em 1958, a Mauritânia tornou-se uma República semiautônoma, o que permitiu uma unificação momentânea dos mauritanos — afinal, os muçulmanos do Norte se opunham à cultura ocidental representada pelos colonizadores franceses, enquanto a população do Sul resistia aos abusos da administração colonial.

Após negociações com a França, a República Islâmica da Mauritânia foi proclamada em 28 de novembro de 196 e seu primeiro presidente foi Moktar Ould Daddah.