África Congo-Brazzaville 1960

A Conferência de Berlim (1884-1885) dividiu o antigo território do reino do Congo entre franceses, belgas e portugueses. No lado francês não faltaram, nas primeiras décadas do século 20, boicotes, levantes impulsionados por movimentos messiânicos e fugas em massa. Mas foi a partir de 1946, com o tímido processo de liberalização nas colônias iniciado pelos franceses após o fim da Segunda Guerra, que o caminho para a independência política do Congo começou a ser gradualmente trilhado.

Em 1946, ocorreu a primeira grande rebelião favorável à autonomia do país, organizada pela nova seita do “lazzismo”, que misturava catolicismo e religiões africanas. Alguns partidos políticos foram criados, com destaque para o Partido Progressista Congolês (PPC).

Sob a liderança de Jean-Félix Tchicaya, o PPC funcionou como uma seção da Assembleia Democrática Africana (RDA) no Congo a partir de 1948 e manteve sua hegemonia até 1956, quando o sacerdote Fulbert Youlu fundou a União Democrática de Defesa dos Interesses Africanos (Uddia). A Uddia passou a apoiar a transição gradual para a independência, opondo-se também ao Movimento Socialista Africano (MAS), liderado por Jacques Opangault.

Transformado em República da Comunidade Francesa com autonomia interna (1958), o Congo-Brazzaville assistiu a violentos conflitos entre militantes do MAS e da Uddia nas eleições de 1959. Diante desse cenário, Youlu e Opangault firmaram um acordo de governabilidade e negociaram a independência com a França. Em 15 de agosto de 1960, foi declarada a independência da República do Congo. Seu primeiro governante foi Youlu, que exerceu um mandato autoritário apoiado pela extrema-direita francesa.