2005 14 de fevereiro
Severino Cavalcanti presidirá a Câmara
Eleição marca a primeira grande derrota do governo Lula no Congresso
Numa eleição marcada por desavenças no principal partido governista (o PT), Severino Cavalcanti (PP), do chamado “baixo clero” — nome dado aos parlamentares politicamente inexpressivos —, é eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2005-2006. Ele derrota o petista Luiz Eduardo Greenhalgh, em segundo turno, por 300 a 195 votos. O presidente da Câmara dos Deputados é o segundo na linha de sucessão à Presidência da República, abaixo apenas do vice-presidente.
O pernambucano Severino Cavalcanti havia lançado candidatura avulsa e era apoiado por uma minoria da Câmara. No primeiro turno, ele e Greenhalgh derrotaram José Carlos Aleluia e Jair Bolsonaro, ambos do PFL, além de Virgílio Guimarães, candidato avulso do PT.
No segundo turno, o apoio da oposição foi decisivo para a escolha do pepista, selando não só a primeira vitória de um candidato independente, mas principalmente a primeira importante derrota do governo no Congresso Nacional.
Em setembro, após denúncias de que teria recebido propina do dono de um restaurante da Câmara, Cavalcanti renunciaria ao mandato de deputado no dia 21, sendo substituído interinamente na mesa pelo vice-presidente José Thomaz Nonô (PFL-AL).
Em nova eleição marcada para o dia 28, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), aliado do governo, seria escolhido novo presidente da Câmara Federal.