2006 27 de março
Palocci não é mais ministro da Fazenda
Denúncia de caseiro e quebra de seu sigilo bancário motivaram a demissão
Cai Antonio Palocci, ministro da Fazenda e um dos nomes mais fortes do governo Lula. A decisão foi tomada pelo presidente Lula após o ministro ser acusado de participação na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa.
Francenildo trabalhava numa mansão em Brasília onde se encontravam lobistas, empresários e políticos para tráfico de influência e até encontros amorosos.
A mansão era alugada por um grupo que ficaria conhecido como “República de Ribeirão Preto”, formado por ex-assessores de Palocci da época em que ele era prefeito daquela cidade. O caseiro afirmou que o ministro era frequentador assíduo da residência — desmentindo o depoimento de Palocci à CPI dos Bingos, em janeiro de 2003.
Em meio à crise política, a imprensa divulgou um extrato bancário da conta de Francenildo, que atestava o recebimento de mais de R$ 30 mil nos três meses anteriores. Defensores de Palocci afirmavam que Francenildo recebera a quantia em troca de seu depoimento desfavorável ao ministro. Já o caseiro sustentava que o dinheiro seria uma compensação financeira paga por seu pai biológico, após reconhecimento da paternidade.
A violação do sigilo bancário teve forte repercussão. A direção da Caixa Econômica Federal, responsável pela conta do caseiro, foi intimada a explicar o vazamento das informações. O presidente da instituição, Jorge Mattoso, confirmou em depoimento que entregara o extrato do caseiro ao ministro da Fazenda.
Diante da gravidade da denúncia, Palocci foi demitido.